sábado, 15 de outubro de 2016

Professor

Houve um tempo em que era glamouroso ser professora. Toda moça de boa família cursava a Escola Normal. 
Casar-se com um professor ou professora então, era para uma seleta casta de sortudos.
Eu tenho vários professores na família, meu tio mais velho Alberto, minha irmã Célia, minha afilhada Ana Rita, sua irmã Mônica, a mãe dela, minha comadre Vera e até a minha madrinha Da Graça, os primos Marli, Alba, Luís Henrique. Tenho amigos professores, como a Elaine, o Alexandre, o Dernivan, a Aulinda, enfim...
Me lembro de alguns professores sensacionais, como a professora Tânia, o professor Vicente, Abadia, Aluízio, Wilson Abadio, Luís Carlos, Cecília, Jesuíno, Antonieta, Kiko, irmã Walmíria, irmã Miriam, Albertina, Berenice, Alcides, Romão, e não vou citar todos, porque passaria uns dois dias escrevendo nomes, porque foram muitos ao longo de muitos anos estudando e fazendo cursos, mas sintam-se igualmente prestigiados, todos.
Claro que a gente sempre tinha os preferidos e também tinha aqueles de quem a gente não gostava mesmo, mas ainda assim, tiveram um papel muito importante no meu desenvolvimento estudantil, intelectual, cultural e acadêmico.
Mas de todos os professores ora recordados, o que mais me ensinou durante toda a minha vida, foi o meu pai, que também era professor e tinha muito orgulho de sua profissão.
Nessa época, o professor era alguém tratado com deferência e respeito. Ai de quem respondesse a um professor! 
O mestre era uma autoridade vista e reconhecida como tal.
Infelizmente, no Brasil, esse profissional de esmerada dedicação, nunca foi muito valorizado. Lembro desde sempre - e principalmente pelo meu pai, que o salário nunca foi algo substancioso, mas ainda assim, o respeito era consistente, por toda a sociedade.
Hoje, vemos nas redes sociais crianças agredindo seus professores, que precisam ir às ruas, clamar por salários dignos e condições de trabalho decentes, quase como mendigos, implorando por respeito e reconhecimento. Os governos veem sistematicamente desvalorizando essa categoria de profissionais e desmerecendo a dedicação que ela nos dispensa.
O professor que comemora seu dia hoje, não sei se pode realmente ter algo a comemorar, em tempos difíceis como os que tem atravessado.
Então, fica aqui minha homenagem a esses doadores de conhecimento, orientadores de carreiras, inspiradores e motivadores, que tanto fazem por todos os que vão até eles beber da fonte de suas sabedorias, mas também um apelo para que a sociedade volte a respeitar o mestre, porque sem ele, a criança não seria alfabetizada, o jovem não desenvolveria o raciocínio lógico, o profissional, de qualquer área, não existiria. O professor é o profissional que gera todas as demais profissões e capacita os técnicos e especialistas em quaisquer funções.
Parabéns pelo seu dia, mas principalmente, obrigada por existir na nossa vida!

Boa tarde!