quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Se achando!

Fomos apresentados e na outra semana, fui convidada para tomar um vinho.
Até ai, nada demais. 
Na hora combinada fui recebida na residência do novo amigo, com muita alegria e devo confessar, um grande anfitrião. Me deixou à vontade e foi gentil o tempo todo.
Ai, conversa vai, conversa vem, o cidadão, se achando, me diz que foi casado por muitos anos e que nunca foi fiel. Que ao mesmo tempo, tinha uma namorada, uma amante e ainda saía com outras mulheres.
Contou até mesmo que os mentores religiosos afirmaram que ele não estava cometendo nenhum "pecado" (o ranço machista da igreja).
Fiquei boquiaberta com sua desfaçatez, porque sentia que me contava aquilo com orgulho de macho poderoso.
Tentei argumentar sobre a fidelidade e lealdade, mas ele nem quis ouvir.
Aplaudi, quando entendi que ele estava convicto de que suas atitudes eram nobres. Não tem como a gente argumentar com o dono da verdade, tem?
Sai pensando no quão infeliz era aquele homem, aos sessenta e tantos anos, solitário e vivendo de recordações de um tempo onde ser "garanhão", era motivo de orgulho.
Ontem, porém, ele me ligou e me disse que queria me ver novamente. Claro que eu não lhe contei da decepção, mas tão cristalino também, que homem que não me dedica exclusividade, tem passagem livre pela minha vida.
Não sei se terei oportunidade de lhe dizer isto frente à frente, porque não sei se ele estará interessado em me ouvir, mas o fato é que me valorizo acima de tudo e, sob o meu ponto de vista, homem "galinha", não é e nunca foi tudo de bom!
Eu gosto do que é confiável e me acolhe para me propor segurança e viver, a essa altura do campeonato, uma relação onde a fidelidade, a lealdade e a exclusividade não são premissas na vida da outra pessoa, realmente não me interessa.
Já vivi o suficiente para saber que essa pessoa nunca vai mudar o seu comportamento, até porque está convicto de que é assim que tem que ser.
Poderemos ser amigos, sem dúvida, é uma pessoa alegre, divertida, mas não mais que isto.
Como dizem, "tô fora"!

Bom dia!