segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Natureza

Sem perceber, assim como a chuva, vou caindo de mim, escorrendo pela vida, que escoa minhas ambições e meus projetos.
Claro que posso mudar o curso do meu rio, mas nem sempre o tempo favorece uma decisão como essa.
Requer projeto e estratégia de grande impacto ambiental nas minhas estruturas.
Quem não pensou em represar os amores vividos de tal modo que eles ali permanecessem avolumados por diques que jamais precisariam que as comportas fossem abertas e toda a energia acumulada, só tivesse o propósito de iluminar o coração e a alma de cada um?
Alguns relacionamentos têm o poder de evaporar o sangue da gente... e ai, nos secam e a erosão corrói em forma de mágoa e ressentimento. Outros contudo, nos florescem a vida como a mata ribeirinha, deixando a leveza por onde caminha, sem que seja necessário que façamos nada, a não ser permitir que floresça e espalhe as sementes do amor.
Ah, se chovesse assim, todos os dias na minha vida, minha natureza seria mais generosa, mais abundante e certamente, meus amores mais ricos e profícuos, como aliás, acredito que seja inerente a todo ser humano.
O mar, na sua imensidão, é fonte de vida e de morte também, mas acolhe todo aquele que o enfrenta, seja para uma ou outra.
Curioso, é que depois de toda tempestade, vem a bonança, mas algumas são mais intensas e demoram mais deixando sua ira sobre a terra...


Boa tarde!