quarta-feira, 9 de maio de 2012

Contraponto

Procuro esvaziar meus pensamentos, na tentativa de me arrancar desse torpor... 
Estou sem estímulo. Sem coragem para seguir em frente. Por que você precisou ir agora?
Eu não fazia idéia do quanto seria difícil e que me faria tanta falta... não posso sofrer tanto em nome de um passado, uma história, que não vai se repetir.
Meus temores, se acumulam na incerteza dos passos que não posso dar, mas ao mesmo tempo, me impedem de seguir, ainda que para me aventurar.
São sonhos que jamais vão se realizar, porque sua persistência neles, me conduz a uma realidade que não consigo enxergar.
Em contraponto, a vida urge fora de mim e aqui dentro, por mais seguro que seja, não me acrescenta novos horizontes e o medo me estanca.
Sem forças, levantar e seguir, são atos impraticáveis, e fico eu aqui, como zumbi, vagando entre o real e o imaginário, perdida nas mesmices.
Quanto tenho a fazer... quanto consigo executar?
Medidas de uma dor que não passa. Não me deixa!
Nada me vislumbra oportunidade e sem você, o cinza se instalou. O frio penetra aos poucos, mas o vazio já é absoluto.
Olho em torno e não vejo nada ou ninguém capaz de substituir a sua forma, o seu tom...
Ouço o meu coração e me deparo com tanta dor, que melhor seria ser surda a ele.
Quem poderá me salvar, se você não me vê?
Quem virá me resgatar de mim mesma, se você já não se importa?
Quem vai amparar meus passos, tão débeis e frágeis, que não passam de arremedo de caminhar?
Ah, tudo o que eu queria agora, era poder esvaziar meu coração, pois meus pensamentos, até consigo por alguns instantes, mas ele não.
Nem posso pedir para voltar, porque você não virá. Não me ouve mais... está longe demais para poder fazê-lo.
Também não adianta gritar, porque calado o meu amor, desse jeito, não tenho ousadia para enfrentar esse silêncio.
Queria ir com você, para me sentir mais segura... e nem isso me é concedido...
Preciso respirar para viver, mas até isso está no limite da dor e ai, só consigo fazer o suficiente para não enlouquecer.
Vou ficando minguada em mim mesma, sem brilho ou cor que me valha a luz que pensava ser minha...
E você? Por que tinha que desistir agora?

Bom dia.