segunda-feira, 28 de maio de 2012

Sonhando

Sonhar os meus sonhos, seria exigir muito de si. Mas nossos sonhos, os seus e os meus, juntos, transformam-se numa realidade que dispensa explicações.
Sonhamos o entardecer do outono, entre as folhas que caíram pelos caminhos que trilhamos, mas ainda mantemos o calor da última primavera que vivemos.
Sabemos o que somos, porque a vantagem que temos, é o tempo que nos ensinou tanto para chegarmos até aqui.
E então, poderíamos nos perguntar, por que sonhar, quando a nossa vida não precisa mais de aventuras e sim de concretizações?
Ah... porque sem os sonhos, não edificamos!
Você precisa. Eu mereço!
Não servem apenas pensamentos... os sonhos são mais nobres, porque não racionalizam, apenas são.
Atitudes, ainda que necessárias, são reflexo de análise de risco, enquanto o sonho, meramente acontece. Ou não!
Assim, seguimos nossos próprios passos, buscando que se repitam quando são bons, mas voltamos sobre eles, se são ruins...
Como serão nossos sonhos amanhã, quando estivermos juntos? 
Não farão diferença, porque são sonhos, mas sem eles, seremos sem dúvida, diferentes do que somos hoje.
Sonhar é igual a amar: ou se ama, e se sonha, ou simplesmente se espera, porque sem o amor, não sabemos sonhar!

Boa noite!

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Saudades

Hoje foi um dia muito especial, para muitas mulheres. O dia em que comemoramos a maternidade.
Minha mãe, não está mais aqui. Senti muito não poder ligar para lhe cumprimentar...
Este é o segundo ano que a sua ausência, nesta data, me faz sentir o peso da saudade que sinto dela.
Sua presença, mesmo que ela não acreditasse nisso, era marcante e pontuada. 
Minha mãe não tinha idéia da força que tinha!
Aliás, muitas vezes, brigamos, porque eu detestava, quando ela se fazia de vítima, porque sempre a vi como uma fortaleza, porque enxergava e sabia aquilatar o poder que ela insistia em negar.
Era capaz de congregar, ou desagregar, com uma agilidade, que me deixava sempre impressionada.
Ela era dona de uma sutileza nada sutil, ou leve... sabia pesar muito bem todas as possibilidades, quando tinha um objetivo.
No entanto, era a dona de uma ingenuidade, de uma pureza, que não passava desapercebido a ninguém.
Minha mãe era generosa com aqueles que julgava desprotegidos, e não media esforços para assumir para si, a responsabilidade de guardá-los.
Tinha uma simplicidade para lidar com as situações mais complexas, que a fazia única.
Hoje, eu ligaria para ela pela manhã, nós nos cumprimentaríamos, depois, meu filho levaria um presente para ela e almoçaria com ela, que mais tarde, me ligaria, para contar o que ganhou do neto. Aliás, todos os netos levavam presentes para ela, no dia das mães...
É, a minha mãe deixou muitas saudades...
Desejo que todas as mães sejam felizes com seus filhos!

Bom dia!

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Contraponto

Procuro esvaziar meus pensamentos, na tentativa de me arrancar desse torpor... 
Estou sem estímulo. Sem coragem para seguir em frente. Por que você precisou ir agora?
Eu não fazia idéia do quanto seria difícil e que me faria tanta falta... não posso sofrer tanto em nome de um passado, uma história, que não vai se repetir.
Meus temores, se acumulam na incerteza dos passos que não posso dar, mas ao mesmo tempo, me impedem de seguir, ainda que para me aventurar.
São sonhos que jamais vão se realizar, porque sua persistência neles, me conduz a uma realidade que não consigo enxergar.
Em contraponto, a vida urge fora de mim e aqui dentro, por mais seguro que seja, não me acrescenta novos horizontes e o medo me estanca.
Sem forças, levantar e seguir, são atos impraticáveis, e fico eu aqui, como zumbi, vagando entre o real e o imaginário, perdida nas mesmices.
Quanto tenho a fazer... quanto consigo executar?
Medidas de uma dor que não passa. Não me deixa!
Nada me vislumbra oportunidade e sem você, o cinza se instalou. O frio penetra aos poucos, mas o vazio já é absoluto.
Olho em torno e não vejo nada ou ninguém capaz de substituir a sua forma, o seu tom...
Ouço o meu coração e me deparo com tanta dor, que melhor seria ser surda a ele.
Quem poderá me salvar, se você não me vê?
Quem virá me resgatar de mim mesma, se você já não se importa?
Quem vai amparar meus passos, tão débeis e frágeis, que não passam de arremedo de caminhar?
Ah, tudo o que eu queria agora, era poder esvaziar meu coração, pois meus pensamentos, até consigo por alguns instantes, mas ele não.
Nem posso pedir para voltar, porque você não virá. Não me ouve mais... está longe demais para poder fazê-lo.
Também não adianta gritar, porque calado o meu amor, desse jeito, não tenho ousadia para enfrentar esse silêncio.
Queria ir com você, para me sentir mais segura... e nem isso me é concedido...
Preciso respirar para viver, mas até isso está no limite da dor e ai, só consigo fazer o suficiente para não enlouquecer.
Vou ficando minguada em mim mesma, sem brilho ou cor que me valha a luz que pensava ser minha...
E você? Por que tinha que desistir agora?

Bom dia.


terça-feira, 8 de maio de 2012

Busca

Ela sentia medo da solidão, se apavorava, com a idéia de viver só, sem um amor.
Seu corpo clamava por uma paixão, que confundia com sexo, de forma desordenada. Seu corpo lhe cobrava aquela sensação. Era como um vício...
Ela chorava, porque todas as buscas, sempre acabavam em gavetas desarrumadas, e o vazio era sempre maior...
Sonhava com o príncipe encantado, que até podia ser desencantado, mas precisava ficar. Era muito importante que viesse para ficar.
Isso não podia acontecer eternamente. Cada vez que conhecia um homem, pensava que fosse para sempre, mas outra vez, ele se ia, do mesmo modo que tinha vindo e a deixava cada vez mais sozinha, desamparada e se sentindo um lixo.
Nova busca, nova esperança, novo alento e novamente o eco do nada...
Quando ela conheceu-se a si mesma, descobriu o amor. A princípio, timidamente, avaliando se seria possível, com medo daquele sentimento que a consumia por inteiro, mas aos poucos, quando o amor próprio foi crescendo e lhe envolvendo, transmitindo-lhe segurança, começou a gostar da brincadeira.
Tornou-se forte, determinada e seletiva.
Buscando a si mesma, descobriu que se bastava e melhor, que podia dizer não. Podia desistir e não faria mais diferença, porque ela estava ali, única, compacta, pronta como a rocha, a receber o impacto da água, sem contudo demover-se.
E então, descobriu a felicidade que tanto almejou.

Boa noite!

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Covardice

Ontem, percebi que você tem muito medo.
Tem medo de amar, envelhecer, viver...
Olha, não adianta eu dizer que estou aqui para sempre, se você não pode investir, porque tem medo que eu não esteja; Não tem como!
Você não consegue manifestar amor, porque ama demais! 
Tem tanto medo de perder seus entes queridos, que prefere negá-los. Ilusória essa sua capacidade de desdenhar, para não sentir a perda.
Você diz que não é ciumento, mas alfineta o tempo todo. Dá indiretas, comenta, sorri, mas enquanto isso, avalia se estou ou não, realmente me importando com o alvo das suas investidas; Claro que é ciúme!
Diz que nunca amou ninguém, mas é mentira! 
Ama seus filhos, mas os mantém afastados, porque se perdê-los, já estará acostumado à ausência deles.
Seu medo de perder é tão grande, que prefere afirmar que não ama, porque assim, se um dia não for mais possível, pensa que será mais fácil se refazer.
Afirma que não vai esperar a morte, se tiver que depender de alguém, porque tem medo da dependência, não por ela, mas porque se alguém te faltar, não se perdoará por ter se permitido.
Na verdade, o que você tem é covardice. 
Medo de me amar, porque não pode conviver com a incerteza do meu amor. Não saberia o que fazer, se me perdesse, então, mais seguro manter a distância.
Bobagem! Quanto mais você estiver comigo, menos estarei longe de você.
Alguém um dia, disse que viver é mergulhar de cabeça, em queda livre. Amar também!

Bom dia!