terça-feira, 18 de outubro de 2011

Errante

Caminho a esmo, pelos caminhos que você sopesou.
Procuro nas flores, nas cores, o amor que você pintou em branco e preto, onde os carinhos trocados, ficaram perdidos e sem sentido.
O seu colo, o seu abraço, agora não me amparam, mas ainda sinto o gosto do seu gosto, com desesperada saudade do que jamais terá a mesma magia...
O seu sorriso, esmoreceu na minha lembrança, mas não o som da sua voz.
O seu toque, não posso mais esperar, mas ainda sinto a pressão dos seus dedos entre os meus, na hora do amor.
As confidências que fizemos, não fazem mais sentido aos meus ouvidos, e não sei se você sequer prestou atenção nos meus segredos.
Éramos cúmplices, ou antes, eu era a sua cúmplice, mas você, nunca se comprometeu o bastante. Ironia, porque tudo o que pretendia em mim, era o meu consentimento.
Como a rocha, que recebe toda a força do mar, eu ficava ali, esperando que viesse contra mim, para me envolver e tomar, sem que eu pudesse me esquivar!
Nossas carícias, únicas que eram em cada encontro, se perderam sem sentido, inerte nos lençóis que testemunharam tanto amor...
O que você fez de nós? Por que desistiu tão fácil? 
Como pode, não lutar por nós?
Segue agora errante, buscando entre outros, o meu sorriso, vagando entre braços e regaços que não têm o meu cheiro, que não podem o que eu podia...
Busca em cada olhar, o meu olhar que refletia o brilho do seu, mas encontra só a ausência da luz, porque sem o meu amor, no que você se transformou?
Andarilho, perdido, solitário...
Eu em você, era a vida. Você em mim, era a fome.
Hoje, somos nada, porque aliás, não somos mais!


Boa noite!