domingo, 2 de outubro de 2011

Aprendizado

Aprendi com os humanos, que traição machuca quase fisicamente; que meus interesses vêm sempre em primeiro lugar, mas em segundo lugar vêm meus interesses e, em terceiro lugar, vêm os meus interesses.
Com a humanidade, aprendi que amar requer esforço, investimento e estratégia; que a exteriorização dos meus sentimentos, deve ser uma constante, porque, tanto ele deve ouvir que eu o amo, para ter certeza, quanto eu preciso ouvir o que digo, o tempo todo, para não me esquecer, e me convencer que é mesmo amor, o que eu sinto.
Com os homens, aprendi que o medo pode me impedir de voar, e acreditar nos meus sonhos; que sonho é algo que não cabe na vida de quem tem objetivos.
Aprendi com a minha espécie, que perdão, é algo que tem preço e depende do quanto eu possa ser arrogante, orgulhosa e prepotente; além do que, perdoar me impede o desejo de vingança e me tira o prazer de ver o outro "comer na minha mão".
Também me foi ensinado, que alegria e felicidade são sinônimos de vestir roupas de grife, andar de carrão, ter casa na praia e ter cartão de crédito sem limite; mas sem dúvida, também aprendi que se eu não der tudo isso ao meu filho, o estarei condenando a viver com vergonha de si mesmo, por ter uma mãe fracassada.
Agora, com meus cachorros, aprendi que jamais seriam capazes de me trair e com alegria e generosidade, dariam suas pequenas vidas em troca da minha, sem ao menos pensar no que isso implicaria.
O único interesse deles, é demonstrar o amor que têm por mim, sempre. A qualquer tempo!
Se eu esquecer de trocar a água, ou de colocar a ração, seu amor por mim não sofrerá nem um arranhão e mesmo com fome e sede, ainda assim eles encontrarão forças para abanar o rabo quando me virem!
Amar para eles, é vital! Eu disse "amar" e não "ser amado"! 
Meus cachorros (Herbie, Lorde, Stwart, Leide e Teobaldo - que infelizmente já se foram, Anastácia, Belizária e Claudionor), e os lá de casa (Agatha, Herman, Átila, Ted, Tayson, Sheik, Simba, Shakira - que também não estão mais com a gente, Bruce e Nonami, e mais outros que estiveram menos tempo entre nós), sempre precisaram de um único incentivo: poder amar. Ter o direito de amar!
Eles não podem nos dizer o quanto nos amam, mas exteriorizam isso o tempo todo, com afagos, e manifestações, cujo único objetivo é demonstrar que nos amam, mesmo que a gente nem esteja prestando atenção. Não precisam saber se estamos entendendo o que estão demonstrando, porque não são inseguros do seu amor! Eles sabem que nos amam e isto basta!
Eles não têm medo de ser o que são. Não têm medo do que não podem ser. Não temem a rejeição, porque dela, não depende a intensidade do amor deles por nós humanos!
Seus objetivos, são no máximo um passeio no jardim, ou um ossinho pra enterrar na grama, mas se morarem em apartamentos, seus sonhos mais ousados, podem ser olhar a rua lá em baixo, da sacada da sala.
Perdoar para os cães, é algo tão absurdo, que eles nem cogitam a possibilidade de ter que fazer isso, pois mesmo quando não lhes damos a atenção que merecem, ainda assim, são felizes por terem alguém para amar!
Quando "comem na minha mão", sentem apenas que sou digna do amor que têm por mim!
Felicidade e alegria, para os meus cachorros, Anastácia, Belizária e Claudionor, são o prazer da minha chegada. 
Eles vêm me receber, abanando os rabos e fazem festa para as minhas visitas, porque desse modo, constatam que têm mais gente para se doar, ainda que por algumas horas! 
Para eles, estar comigo é tão importante e precioso, que precisam demonstrar aos que se aproximam de mim, que são capazes de amá-los também, em minha homenagem!
E, se por algum motivo, precisam ser afastados, não se envergonham disso, pois para eles, isso não tem nada a ver com a minha capacidade de conquistar coisa alguma, mas entendem que naquele momento, estou impedida de lhes permitir que demonstrem o seu amor e o seu afeto por mim!
O cão, mesmo quando agredido, volta e lhe abana o rabo, demonstrando afeto e carinho, porque é da sua natureza o amor incondicional. Ele é amor.
O homem, quando contrariado, não pode perdoar, porque verdadeiramente, aprendeu que amar é uma troca e, se nos decepcionamos com o outro, é porque não aprendemos amar incondicionalmente.
Quanto tempo ainda, a humanidade vai precisar para aprender, que a culpa é um sentimento gerado a partir da insatisfação pessoal, porque nossos objetivos são materialistas, enquanto nos deveria bastar a forma mais pura de amor, para que todos os problemas fossem resolvidos?
Deveríamos observar mais de perto o comportamento dos animais, que nos amam até quando os rejeitamos e nos impacientamos com eles, posto que suas expectativas, não vão além de poder demonstrar o afeto que nutrem por nós, sempre!

Boa tarde!