quinta-feira, 14 de julho de 2011

Caminhando

O seu sorriso, com um traço infantil (apesar da idade); As declarações de amor (sempre negado), agora profusas, depois da terceira taça de vinho; A confissão "marota" da conversa sensual e comprometedora com outra mulher... 
Tudo me reporta a uma cumplicidade capaz de me tocar o coração e a alma.
É claro que ele tem segredos!
A questão é: quanto desses segredos, ele quer compartilhar e confiar a mim?
Tudo nele é perdoado!
Aos poucos, ele me envolve e me transforma, como eu o transformo, e nos tornamos cúmplices.
Nos unificamos em nossos segredos, nas nossas carências de afeto, reconhecimento, nossas dúvidas e até as nossas alegrias.
Já declarou que conhece o caminho mais fácil, mas insiste no mais difícil.
Alega que não quer mais sofrimentos, mas nem vê que este preço, quem paga sou eu, que sofro pelas escolhas dele. Sofro e espero...
Enquanto ele poupa a dor a outra, me condena à dor da espera; Enquanto em seu egoísmo consciente, acredita que esteja fazendo o melhor, me obriga à consciência de que sem ele, não posso mais seguir em frente... me falta o ar, mas sobram lágrimas...
Ele pode. Eu preciso!
Em nossa cumplicidade, não pode haver culpa, porque a ele, tudo é permitido.
A cada concessão que ele me faz, proporcionalmente cresce o meu desejo de lhe atender, estar perto, ser parte dele.
Ele sabe, seu coração sabe, seus olhos afirmam que sabem, seu sorriso confirma que sabe e aos poucos, ele confia...
Quanto maior a sua confiança, maior a minha rendição; Quanto mais ele se entrega, mais lhe pertenço.
Nosso amor é feito assim, nessa troca de confiança que dispensa outras formas e, aos poucos constrói uma estrada sinuosa, mas de paisagens esplêndidas... como tudo o que ele perpetua em sua vida.
E o que mais importa, quando o que eu queria já tenho: 
Hoje, seus olhos me enxergam e o seu coração, sente!

Boa noite!