Exílio
Exílio?
Sim, o mais tenebroso abandono!
O expurgar de sonhos,
Qualquer ideal que espelhe a sombra
De um futuro.
O abandono em si,
Onde se joga fora, se expele coração e alma.
Exílio?
Sim, tanto quanto a ausência de qualquer
Pedacinho do solo amado, sob os pés,
Os sonhos inacabados...
Como velas que se queimam ao léu,
O futuro desmembrado.
O ideal em si,
Onde todo castelo de areia vaga inerte...
De quem será?
Sim, tão sombrio e inacabado
Como qualquer futuro,
Cuja morte prematura
Se resume, no troféu da vitória de quem
Nada amou, quão infinito,
Sem que por isso uma estrela a menos
Brilhasse no céu.
Exílio?
Sim... e por que não?
Escrito por mim (aos 28 anos), em Uberaba-MG, 15 de maio de 1985.
Espero que aprecie.
Bom dia!